GLOBAL E DESGLOBAL NA GEOPOESIA QUILOMBOLA KALUNGA: CRÍTICA POLIFÔNICA EM DIÁLOGO COM A GEOCRÍTICA
Mots-clés :
geopoesia;, geocrítica;, globalização;, desglobalização;, polifonia.Résumé
Este trabalho sistematiza uma teoria da geopoesia enquanto proposta teórico-crítica que parte do eixo Sul Global, especificamente das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. Com o objetivo de pensar dialogicamente a literatura cerratense e amazônida, tal formulação constrói-se coletivamente há mais de cinco anos no âmbito de um Simpósio Temático da Associação Brasileira de Literatura Comparada – ABRALIC. Voltados para a discussão de literaturas orais, escritas, encenadas, performadas, por autores individuais e coletivos situados em aldeias e quilombos, ou nas periferias urbanas, tecemos caminhos comparativistas em um “brasil.br” (Bolle, 2004). Relacionando a geopoesia à geocrítica (Westphal, 2017), evidenciamos pontos de contato e de confronto entre as teorias para analisar versos quilombolas Kalunga (Goiás/ Tocantins). Problematizamos os conceitos de “globalização” e desglobalização (Hobsbawm, 2007) em movimento de combate aos processos coloniais/imperialistas de que, muitas vezes, revestiu-se a literatura e a crítica acadêmica. As formas literárias dos povos quilombolas Kalunga nos permitem relacionar a experiência deste espaço geográfico e simbólico brasileiro à dinâmica histórico-cultural que marca todo o Atlântico Negro (Gilroy, 2017). Finalmente, propomos uma abordagem crítica polifônica (Bakhtin, 2006) que atualiza o legado bakhtiniano neste Novo Milênio.