ANTI-ETHOS E RAÇÕES DE RAÇA: MACHADO DE ASSIS E A LITERATURA AFRO-BRASILEIRA

Autores

Palavras-chave:

Machado de Assis, literatura afro-brasileira, escrevivência, outsider within

Resumo

Parto aqui da premissa de que a obra de Machado de Assis constitui uma recusa de toda ontologia racialista, daí sua difícil relação com a literatura afro-brasileira nos termos como esta tem sido conceituada. Meu objetivo é demonstrar que sua crítica da tão buscada literatura nacional, premissa artístico-literaria de seus contemporâneos, é parte de um projeto maior de desconstrução do primado epistemológico da raça, indissociável da ideia de nação no contexto da ideologia senhorial brasileira do século XIX, cujas premissas ainda não foram de todo problematizadas pela crítica em torno da literatura afro-brasileira. Para tanto, inicialmente, discorro sobre o conceito de literatura afro-brasileira tal como formulada por Eduardo de Assis Duarte e como a obra de Machado de Assis é nela de difícil inserção, lendo cinco fragmentos machadeanos em diálogo com Achille Mbembe, Paul Gilroy, Stuard Hall, Kwane A. Appiah e bell hooks; para em seguida retomar o conceito de escrevivência de Conceito Evaristo e de outsider within de Patrícia Hill Collins como conceitos meta-críticos instigantes para dar conta da potência dos pobres, sobretudo das agências negras e de mulheres, e de seus processos de singularização como deslocamento das ontologias racialistas na obra do “Bruxo de Cosme Velho”.

Biografia do Autor

Luciano Barbosa Justino, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB


FotoDoutor pelo Programa de Pós Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Pernambuco (2005), com tese intitulada "Poiesis de campos: poesia e poética em Augusto de Campos". Tem experiência na área de Letras, com interesse em poesia e prosa contemporâneas, em especial na interface literatura/intermidialidade e "literaturas de multidão". Atua como docente pesquisador no Programa de Pós-graduação em Literatura e Interculturalidade da UEPB. No triênio 2016-2018, desenvolveu o projeto de pesquisa "Literatura de multidão: trabalho imaterial e oralização da literatura no Brasil contemporâneo", com estágio pós-doutoral na Universidade Federal Fluminense sob a supervisão de José Luís Jobim, com financiamento do CNPq no quadro de bolsas de Pós-doutorado no país. No triênio 2018-2020 desenvolve o projeto de pesquisa "O romance histórico brasileiro contemporâneo", com estágio pós-doutoral na UFRN de setembro de 2018 a agosto de 2019, sob a supervisão de Derivaldo Santos, no quadro de bolsas de PNPD/CAPES, É líder do Grupo de Pesquisa "Observatório de crítica literária e Literaturas menores" (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/6247878045875133). Autor de "Literatura de multidão e intermidialidade: ensaios sobre ler escrever o presente" (Disponível em: http://books.scielo.org/id/x6bh8) e "Literatura de multidão, crítica literária e trabalho imaterial" (Disponível em: http://edicoesmakunaima.com.br/catalogo/2-critica-literaria/34-literatura-de-multidao-critica-literaria-e-trabalho-). É autor de "480 poemas pretos + 3" (Disponível em: zenodo.org/record/5749655)

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Publicado

2025-02-17

Como Citar

Justino, L. B. (2025). ANTI-ETHOS E RAÇÕES DE RAÇA: MACHADO DE ASSIS E A LITERATURA AFRO-BRASILEIRA. Revista Brasileira De Literatura Comparada, 26, e20240975. Recuperado de https://rblc.com.br/index.php/rblc/article/view/753

Edição

Seção

DOSSIÊ

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