A MULHER SÁBIA EDIFICA A SUA CASA, A LOUCA A DESMORONA: IMAGENS DE MULHER NA POESIA DE RENAILDA CAZUMBÁ
Palavras-chave:
Poesia Brasileira Contemporânea, Autoria Feminina, DesconstruçãoResumo
O presente artigo objetiva analisar as imagens de mulher que se forjam no âmbito da poesia de Renailda Cazumbá. Elegemos, como objeto, o poema “Nunca Soube”, publicado na Revista Organismo em 2018. Tanto a poeta Renailda, quanto a Revista Organismo figuram às margens do grande mercado editorial e, consequentemente, do cânone literário e, daí advém o poder subversivo e contestador da autora e da Revista. Pode-se notar que a poesia de Cazumbá engendra um construto feminino descompromissado com os ditames e os paradigmas sociais que alijaram, durante muito, as mulheres das decisões políticas, coletivas e individuais. Tais ditames gestaram, clandestinamente, uma série de insurreições, de insurgências e de um novo perfil de mulher insubmisso e implicado com as desconstruções e com as desnaturalizações das narrativas que, secularmente, povoaram o nosso modo de ser, de estar e de perceber o mundo. Fundamentam nosso estudo os pressupostos teóricos cunhados por Butler (2017), Foucault (2001), Hooks (1995), Leite (2016) e Tedeschi (2008).