RISCOS E RISCOS LITERÁRIOS
Palavras-chave:
Literatura, Riscos, Bernardo Carvalho, MongóliaResumo
A partir do estudo do romance Mongólia (2003), de Bernardo Carvalho, e de algumas das suas declarações, este texto aborda aspectos do seu trabalho literário. A palavra risco é apreendida de diversas maneiras: a escrita no papel, as marcas deixadas pelos veículos no deserto mongol e os perigos. Tais sentidos se intersecionam para a tessitura de uma escrita labiríntica. O labirinto e o risco apontam para a necessidade de busca de salvação. O romance é constituído por três planos narrativos e facilmente se confundem. Dois desses planos são diários de diferentes personagens que, em momento anterior, foram escritos pelo próprio autor durante sua viagem à Mongólia, marcando uma linha tênue entre o real e o ficcional. Para refletir sobre os conceitos de labirinto e o de diário, foram utilizados Peyronie e Lejeune, respectivamente. De um modo geral, no confronto entre o romance e as declarações do autor, percebe-se uma forte conexão entre suas concepções literárias, a realização de seu romance e a ideia de salvação.