EM BUSCA DO MUNDO: LITERATURA E CINEMA COMO DISPOSITIVOS COSMOTÉCNICOS E APARELHOS COSMOPOÉTICOS

Autores

Palavras-chave:

Literatura mundial., Cinema mundial., Cosmopolíticas. Cosmotécnicas. Cosmopoéticas.

Resumo

Com base em uma incursão crítica por debates sobre literatura mundial e cinema mundial, em que busco interrogar o conceito de mundo, este artigo elabora um argumento duplo, no qual está em jogo a questão da mundação, isto é, da configuração de mundos como partilhas do comum. Por um lado, trata-se de um argumento fundamentalmente teórico. Literatura e cinema operam como dispositivos cosmotécnicos sempre que trabalham no sentido de unificar ordem cósmica e ordem moral, inscrevendo o comum (que se define pela contingência e indeterminação) na ordem pretensamente necessária de um arquivo e determinando-o como comunidade. Quando perturbam a unificação de cosmos e moral, insinuando outras partilhas e criando experiências de invenção de mundos, literatura e cinema operam como aparelhos cosmopoéticos, que restituem ao comum a abertura inquietante de sua contingência e indeterminação. Por outro lado, trata-se de um argumento metodológico. O atlas, entendido como conjunto de mapas, tem sido reivindicado como ferramenta analítica em estudos de literatura mundial e cinema mundial. Nessas abordagens, literatura e cinema tendem a ser identificados à sua operação como dispositivos cosmotécnicos. Para interrogar sua operação como aparelhos cosmopoéticos, é preciso suplementar o atlas como forma de arquivamento do mundo, experimentando com as possibilidades de uma linhagem associada ao atlas de imagens. Esse argumento duplo conduz à proposição de um programa de pesquisa: um atlas de cosmopoéticas.

Biografia do Autor

Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro, Universidade Federal da Bahia

Professor de História e Teorias do Cinema e do Audiovisual, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, onde atua também como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Autor do livro Do inimaginável (Editora UFG, 2019), assim como de capítulos de livro e artigos sobre imagem, história e direitos humanos, cinemas africanos, história do cinema, arquivo e descolonização. Coordenador do Grupo Arqueologia do Sensível (http://www.arqueologiadosensivel.ufba.br). Doutor em Arte e Cultura Visual pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (2016); mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008); graduado em Ciências Sociais com Habilitação em Antropologia pela Universidade de Brasília (2005). Fundador, autor e editor do incinerrante (https://incinerrante.com), tendo atuado ainda como crítico de cinema, programador e curador de mostras e festivais.

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Publicado

2024-07-11

Como Citar

Rodrigues Souza Ribeiro, M. (2024). EM BUSCA DO MUNDO: LITERATURA E CINEMA COMO DISPOSITIVOS COSMOTÉCNICOS E APARELHOS COSMOPOÉTICOS. Revista Brasileira De Literatura Comparada, 25(49), 22–50. Recuperado de http://rblc.com.br/index.php/rblc/article/view/715

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ARTIGOS

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